Asma

O que é a asma?

Asma – antigamente chamada de “bronquite alérgica” ou “bronquite” – é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Isso significa que, quando os brônquios (estruturas que transportam o ar para dentro e para fora dos pulmões) estão inflamados, ficam mais sensíveis a determinados estímulos, o que leva ao broncoespasmo, ou seja, ao fechamento das vias aéreas.

A asma é um sério problema de saúde e atinge pessoas de todas as idades. Quando não controlada, pode causar limitações na vida diária, diminuição da qualidade de vida e, em alguns casos, pode ser fatal. A prevalência da asma vem crescendo em todo o mundo, especialmente entre crianças. Estima-se que hoje existam 300 milhões de asmáticos em todo o mundo. Muitos estudos mostram que entre 50% e 80% das crianças asmáticas desenvolvem sintomas antes dos cinco anos de idade.

O desenvolvimento da asma em cada indivíduo ocorre através da interação de fatores genéticos e do meio ambiente. Embora a associação entre asma e atopia (alergia) esteja bem estabelecida, a ligação precisa entre essas duas condições ainda não é totalmente esclarecida ou compreendida.


Como saber se tenho asma?

Os sintomas mais comuns são tosse, chiado no peito, opressão torácica, falta de ar ou a combinação deles. A crise da asma pode ser provocada por pó doméstico (onde se encontra o ácaro), fatores alérgenos, como o pelo do gato, e fatores irritantes, como fumaça, cigarro, perfumes, tintas etc.

O diagnóstico de asma pode ser difícil especialmente entre crianças e deve ser baseado, sobretudo, na história clínica. As seguintes perguntas devem ser respondidas para o diagnóstico clínico da asma:

1) Tem ou teve episódios recorrentes de falta de ar?

2) Tem ou teve crises ou episódios recorrentes de chiado no peito?

3) Tem tosse persistente, particularmente à noite ou ao acordar?

4) Acorda por tosse ou falta de ar?

5) Tem tosse, chiado ou aperto no peito após atividade física?

6) Acorda por tosse ou falta de ar?

7) Apresenta tosse, chiado no peito ou falta de ar após exposição a mofo, poeira domiciliar, pelo de animais, ou a fatores irritantes, como fumaça de cigarro, perfumes, produto de limpeza, ou após resfriados e/ou alterações emocionais, como riso ou choro?

8) Há alívio após uso de medicação?

9) Tem antecedentes familiares de asma ou doenças alérgicas?

10) Tem ou teve sintomas de doenças alérgicas, como rinite ou dermatite atópica?

11) Os resfriados demoram mais de dez dias para passar, em especial a tosse?

Além da história clínica, para a confirmação do diagnóstico, são necessários: um bom exame físico (que pode ser normal, quando fora da crise), medidas da função pulmonar (espirometria com demonstração de limitação variável e reversível do fluxo aéreo; medidas de pico de fluxo expiratório), demonstração de hiperresponsividade de vias aéreas (em indivíduos com história sugestiva de asma e espirometria normal) e diagnóstico de alergia (medidas de imunoglobulina E sérica específica e/ou total, testes cutâneos – estes sempre relacionados à história clínica).

De acordo com a idade com que a asma se manifesta, pode-se confundi-la com outras doenças, como refluxo gastroesofágico, disfunções da corda vocal, fibrose cística, bronquiolite, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome de hiperventilação/ataques de pânico, malformações congênitas que causam estreitamento das vias aéreas intratorácicas, tuberculose e rinossinusites crônicas, entre outras. Assim, existindo a suspeita de asma, consulte seu médico para melhor orientação e esclarecimento.

Como tratar?

Atualmente não há cura nem forma de prevenção da asma. O objetivo final do tratamento da doença é o controle dela, ou seja, o desaparecimento das manifestações clínicas, como chiado e tosse, e da limitação funcional, aliado à melhora da função pulmonar, com a menor dose de medicação possível.

Existem dois tipos disponíveis de medicamento para o tratamento da asma: os medicamentos de alívio e os de prevenção. Os medicamentos de alívio são utilizados na crise de asma para alivio do broncoespasmo (fechamento das vias aéreas), com melhora temporária dos sintomas, já que não tratam a causa básica do mal, que é a inflamação. Os medicamentos de prevenção são utilizados para combater a inflamação, evitando as crises de asma e, assim, devem ser utilizados de forma contínua.

O principal medicamento profilático, de manutenção, utilizado no combate a essa inflamação é o corticosteróide inalatório, tanto em adultos como em crianças. Tal medicamento deve ser utilizado por via inalatória, na forma de aerossol ou inalador em pó. Os nebulizadores de jato devem ser reservados para os pacientes que não conseguem utilizar os medicamentos descritos acima. É fundamental que a técnica do uso do dispositivo inalatório seja avaliada por um profissional, já que a ação dos medicamentos vai depender da sua perfeita utilização e, consequentemente, da deposição pulmonar.

A asma pode ser classificada como intermitente, persistente leve, persistente moderada e persistente grave, com base em frequência dos sintomas, despertar noturno, necessidade de medicação de alívio, limitação da atividade física e medidas de espirometria. Pacientes com asma persistente devem ser acompanhados regularmente. Todos os pacientes e seus familiares devem receber orientação sobre a doença e sobre como eliminar ou controlar os fatores desencadeantes. Todos devem ter um plano de ação escrito para uso em caso de exacerbação (crise de chiado). Após o tratamento da crise, todos os pacientes devem marcar consulta com o seu médico para reavaliação.

Convivendo com a asma

Lembre-se de que a asma é uma doença crônica, e você e seus familiares devem aprender a conviver com ela. É fundamental sua participação na relação com a doença por meio do ABCD da asma, que é a orientação fundamental para seu tratamento:

A) Saber reconhecer e evitar os fatores que promovem crise de asma, os chamados fatores desencadeantes;

B) Usar a medicação mais adequada para seu caso, de acordo com a orientação médica;

C) Reconhecer sinais de descontrole da asma e aplicar a orientação fornecida por seu médico para tratar de forma precoce uma crise da doença;

D) Saber os efeitos colaterais dos medicamentos e como evitá-los.